Territórios de Exclusão

e-portefólio

Inclusão e Reinserção Social

Introdução à temática geral

Talvez faça pouco sentido falar de inclusão e reinserção social sem antes nos determos na problemática da exclusão e, também, da pobreza enquanto "uma das dimensões, talvez a mais visível, da exclusão social" (Rodrigues et al, 1999).  Efetivamente, enquanto que a pobreza assenta, fundamentalmente, na privação e falta de recursos (Bruto da Costa et al., 2008), a exclusão social evoca uma fractura nos laços entre o indivíduo e a sociedade, propiciando uma quebra na própria unidade social (Rodrigues et al, 1999). Como afirma Xiberras (1996), citado por Rodrigues (1999), os processos de exclusão traduzem a acumulação de deficiências ou insucessos em várias esferas sociais assumindo a ruptura dos laços simbólicos estando intimamente ligada à desintegração social e das relações familiares.  Sendo que, a exclusão social depende da existência de um contexto do qual o indivíduo é, ou está excluído (Bruto da Costa, 1998) toda a estratégia de inclusão e posterior reinserção social deve assentar num trabalho social que garanta a resolução, na raiz, dos problemas que estão a montante das situações de exclusão. A Estratégia 2020, embora destinada a toda o território da União Europeia, fixou 5 objetivos a alcançar que deixam pistas de áreas que precisamos trabalhar para que a promoção da inclusão e da reinserção possa ser bem sucedida. Um maior esforço para garantir a redução do desemprego, uma maior aposta na Educação que combata o abandono escolar precoce e capacite as pessoas para o trabalho em diversas áreas de atividade profissional, o combate à pobreza através do reforço ou da implementação de Programas que eliminem ou reduzam a privação e falta de recursos, são importantes instrumentos da promoção da inclusão e reinserção dos excluídos. 


Territórios de Exclusão


O contexto espacial e social constitui um elemento de socialização determinante para o sujeito, pois este absorve a informação que lhe chega através do local onde habita, dos arredores e das relações de sociabilidade que mantém com os outros. Pereira (2017) ao falar dos contextos espaciais e sociais aborda, em específico, os bairros de habitação social, como potenciais territórios de exclusão (social). A infância nos bairros de habitação social movimenta práticas, hábitos, atitudes, assim como promove a criação de laços sociais entre os diferentes atores. Por outro lado, a vivência no bairro social é tido como sinal de estigma, pelo que é, facilmente apontado como potencial e provável território de exclusão, devido aos relatos de criminalidade, tráfico de droga, insegurança, ou seja, devido à proliferação de problemas sociais que são emergentes. No entanto, os territórios de exclusão vão muito para além do âmbito espacial dos bairros e dos subúrbios citadinos considerados problemáticos. Não raras vezes, é a própria Escola que se constitui como um dos mais inesperados territórios de exclusão na medida em que, ela própria, acaba por silenciar os discursos e práticas dissonantes dos da "classe dominante". Jesus Maria Sousa (2000) alerta para o facto da Escola não poder silenciar as vozes que lhe pareçam dissonantes do discurso culturalmente padronizado sob pena de estar a criar um território de exclusão no microcosmos escolar. Por outro lado, sendo certo que a Escola se depara com todos os fenómenos existentes na sociedade, ainda que numa escala menor, é fácil que esta se transforme num território de exclusão se não existirem estratégias destinadas a esbater os problemas de bullying, a discriminação racial e étnica, e outros problemas sociais transportados para dentro do espaço escolar onde se espera que seja promovido um desenvolvimento humano mais harmonioso, combatendo todas as formas de pobreza, exclusão social, intolerâncias e opressões (Delors, 2001).


Pobreza absoluta, relativa e subjetiva

Uma breve incursão

Como já vimos, a pobreza é, provavelmente, a principal dimensão da exclusão social. No mínimo, a mais visível. Contudo, quando falamos de pobreza podemos estar a pensar num indivíduo, ou conjunto de indivíduos que, tendo o mínimo indispensável para sobreviver, as suas condições de vida estão muito abaixo dos padrões de vida e de atividade da sociedade em que estão inseridos.  Neste caso falamos de Pobreza Relativa. Ao invés, quando falamos de Pobreza Absoluta estamos a pensar em indivíduos ou grupos sociais cujos rendimentos não lhes permitem assegurar as necessidades básicas, privando-os dos bens essenciais à vida quotidiana. A Pobreza absoluta é, assim, segundo a ONU (1995), uma condição caracterizada por uma grave privação de necessidades humanas básicas, como alimentos, água potável, instalações sanitárias, saúde, residência, educação e informação. Isto depende não só do rendimento, mas também do acesso aos serviços. De acordo com Rowntree, o limiar da pobreza absoluta será a despesa mínima necessária à manutenção da saúde física (alimentação, renda de casa) e utensílios domésticos (roupa, luz, combustível) (cit. em Bruto da Costa, 2008:32). Pobreza Subjetiva é definida através da análise que as pessoas fazem sobre a sua própria condição (Gonçalves, 2016), ou seja, a perceção que o indivíduo tem sobre a sua situação de pobreza.

Conceitos

Inclusão e Exclusão

Pobreza


O conceito (de pobreza) pretende abranger a privação de recursos materiais que afeta as populações desempregadas ou mal remuneradas, tendo por cenário um processo tendencial de pauperização dos indivíduos ou dos grupos. A pobreza será a forma mais extremada da desigualdade social, facilitando o alargamento do fosso entre os grupos sociais, ou seja, promovendo o aumento da polarização social. A exclusão social, por seu lado, surge como um processo, com carácter estrutural, de fragilização e ruptura dos laços sociais e consequente dependência do assistencialismo público. (Rodrigues, 2017)

Exclusão


A exclusão social, surge como um processo, com carácter estrutural, de fragilização e ruptura dos laços sociais e consequente dependência do assistencialismo público. A ausência de recursos é apenas, uma dimensão, nem sempre a mais importante, do processo de exclusão. Por exemplo, os processos de exclusão social que afectam os idosos não radicam, necessariamente, na sua condição financeira, embora esta possa ser um seu elemento importante (Rodrigues, 2017). Segundo Bruto da Costa (1998), a ideia de exclusão social aparece ligada, fundamentalmente, à existência de um contexto do qual o indivíduo é ou está excluído.

"O preço da exclusão"

Vídeo da ONU

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